Em São Paulo, cerca de 80% da Mata Atlântica desapareceu, estando seus remanescentes localizados junto ao litoral, principalmente na região do Vale do Ribeira, nas escarpas das Serras do Mar e Mantiqueira e nas planícies litorâneas (S.M.A., 1996). Apesar de constituir atualmente a principal formação florestal no Estado de São Paulo, são relativamente escassos os trabalhos sobre a Mata Atlântica aqui realizados, dentre os quais podemos citar os de Coutinho (1962), Silva & Leitão Filho (1982), Barros et al. (1991), Custódio Filho (1989), Mantovani et al. (1990), Custódio Filho et al. (1992), Leitão Filho (1993), Cesar & Monteiro (1995), Dias et al. (1995), De Grande & Lopes (1981), Kirizawa et al. (1992), Mantovani (1992, 1993), Melo & Mantovani (1994), Ribeiro & Monteiro (1993), Sanchez (1994), Sugiyama (1998), Gomes da Silva (1998).
A Estação Ecológica Juréia-Itatins, por motivos históricos e pela dificuldade de acesso a sua área, caracteriza-se como um dos trechos melhor protegidos e preservados de Mata Atlântica do Brasil. A Serra da Juréia, localizada dentro dos limites desta estação, é especialmente interessante, devido ao seu isolamento pelas águas do mar do restante do continente há cerca de 5-6 mil anos, durante a Transgressão Marinha de Cananéia (Por & Imperatriz-Fonseca, 1984). Este isolamento, de certa forma, mantem-se até hoje, visto que a referida Serra encontra-se separada do restante da Serra do Mar por uma extensa planície aluvial.O desejo de conhecer a flora dessa região, que certamente revelar-se-ia bastante diversificada, com grande número de espécies raras e possivelmente endêmicas, dado seu elevado grau de conservação, levou-nos a realizar este trabalho.
O objetivo principal deste trabalho foi inventariar a flora vascular da Serra da Juréia, como forma de contribuição ao conhecimento da Mata Atlântica no Estado de São Paulo e à preservação de uma das florestas tropicais úmidas mais ameaçadas de extinção do Planeta. Este projeto forneceu condições para o desenvolvimento de vários estudos na área, que ampliaram o conhecimento sobre a composição florística, estrutura e dinâmica da vegetação da Mata Atlântica. Entre estes podemos citar os de Carvalhaes (1997), Melo et al. (2000), Mamede et al. (1997), Anunciação (1998), Nicolau (1999), Oliveira (1999), e a descoberta de novas espécies, tais como Anthurium jureianum (Catharino & Olaio, 1990), Dioclea grandistipula (Queiroz, 1998), Calyptranthes dryadica (Kawasaki, 1998) e Begonia jureiensis (Gomes da Silva & Mamede, 2000).
Fonte: Instituto de Botânica da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (IBOT)
..:: Foto: Aristides Faria, Fazenda Cabuçu - Santos (SP)
Um comentário:
esse site é maravilhoso adorei fiz este texto para minha lição da escola
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